Ponto de vista educativo de Jesus para a liderança
Ética de Jesus na liderança.
Jesus – O Melhor Líder
Ao ser escolhido para ocupar a cadeira 12 da Academia Paulista Evangélica de Letras,
incumbi-me de escrever 12 artigos sobre liderança, assunto que vivenciei por mais de sessenta
anos e vinculá-lo com os exemplos das escrituras.
Jesus Cristo, conhecido e admirado por quase todos os seres humanos, em praticamente
todos os cantos do mundo, há séculos, é o exemplo a ser seguido por todos aqueles que têm o
papel de educar, orientar, desenvolver, treinar, supervisionar, chefiar, gerenciar, enfim, liderar
pessoas.
A Bíblia menciona muitas pessoas que foram importantes na história da humanidade. Aqui
estão alguns dos mais proeminentes:
Moisés – um grande líder e empreendedor, tendo liderado a saída do povo hebreu;
escravizado no Egito; para a Terra Prometida. Ele foi também um legislador influente, tendo escrito
os 10 Mandamentos recebidos do Senhor.
José – um empreendedor talentoso, que se tornou o gestor do Egito, graças à sua
sabedoria e capacidade de resolver problemas.
Rei Davi – um líder guerreiro bem-sucedido e também um poeta talentoso. Ele foi o
segundo rei de Israel e é amplamente conhecido por sua vitória sobre Golias.
Rei Salomão – o terceiro rei de Israel, amplamente conhecido por sua sabedoria e riqueza.
Jesus – O Deus que se fez homem para viver entre nós, conhecer nossas falhas, nossos
pecados, nossas tentações e sentir nossos desafios; deu sua vida por nós para nos guiar para a
vida eterna. A Palavra de Deus foi praticada por Jesus em todos os momentos de sua curta vida
de orientador – apenas três anos – embora tenha se manifestado um prodígio desde a infância.
Considerado o Rei dos reis, continua sendo o melhor líder.
Muito já foi escrito e falado sobre os feitos milagrosos e ensinamentos de Jesus Cristo;
não serei mais um pregador, mas, como professor em administração, buscarei apresentar
exemplos e testemunhos gerenciais, com base nos conceitos evangélicos, que mudaram e mudam
a vida de líderes.
Líderes podem manifestar seu caráter desde pequenos. Pais, parentes, amigos,
professores, e outros líderes, exercem significativa influência na vida de pessoas; homens e
mulheres que também contribuem com os destinos de outras pessoas. A obediência aos
mandamentos de Jesus nos assegura a prática das palavras em ações. Liderar pelo exemplo! Os
liderados honram seus líderes, de maneira pessoal e profissional, procurando imitá-los.
A Bíblia nos alerta, em Mateus 20:25-28, que Jesus chamando todos os doze discípulos,
disse-lhes: “Bem sabeis que os príncipes dos Gentios têm domínio e exercem autoridade sobre
eles com uma grandeza mundana, que é o oposto da grandeza espiritual que deveis aspirar”;
“quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; como o Filho do Homem, que
não veio para ser servido, mas para servir aos outros, pelo menos no que diz respeito às escrituras,
e dar a sua vida em resgate por muitos, o que Ele fez na Cruz”. Na prática, um líder deve ser
servidor de seus liderados.
Sigamos a orientação de Hebreus 13:7: “Lembrem-se dos seus líderes, que transmitiram
a palavra de Deus a vocês. Observem bem o resultado do estilo de vida que tiveram e imitem a
sua fé”.
No exercício de sua liderança, siga o que nos é mostrado em 2 Timóteo 2:15: ”Procure
apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja
corretamente a palavra da verdade.” Não apenas na fé, mas em todos os ensinamentos que
fizerem aos seus liderados.
As melhores organizações edificam líderes em todos os níveis e áreas; assim como Jesus
preparou seus apóstolos, dando-lhes poder e discernimento para continuarem sua obra, as
organizações devem desenvolver seus líderes para que difundam seus valores e compromissos
com suas metas. Essa é a principal manifestação conhecida da eficácia da delegação.
A Bíblia nos mostra em Êxodo 18:24-26, 1491 a.C., essa mesma edificação de líderes;
quando Moisés aceitou o conselho do sogro e fez tudo como ele tinha sugerido. Escolheu homens
capazes de todo o Israel e colocou-os como líderes do povo: chefes de mil, de cem, de cinquenta
e de dez. Estes ficaram como juízes permanentes do povo. As questões difíceis levavam a Moisés;
as mais simples, porém, eles mesmos resolviam.
Lembrando Deuteronômio 1:13: “Escolham homens sábios, criteriosos e experientes de
cada uma de suas tribos, e eu os colocarei como chefes de vocês.”
Nas empresas, os responsáveis pelos resultados finais semeiam conceitos de liderança
por todos os cantos. Preparam o solo da cultura organizacional para uma boa fertilização,
valorizando o caráter de cada liderado, inseminando os valores da organização, disseminando
conhecimentos, estabelecendo metas e monitorando resultados.
Como nos lembra 2 Crônicas 15:7: “Mas, sejam fortes e não desanimem, pois, o trabalho
de vocês será recompensado”. Esta mesma admoestação do Espírito Santo 955 anos a.C. é válida
até agora. Esforçai-vos!
Líderes sempre foram escolhidos para formar nações e organizações, como se pode ver
na Bíblia (Números 34.16; 1452 a.C.). Príncipes e celebridades de 12 tribos de Israel.
Pode ser que hoje tenhamos líderes natos, mas a maioria é edificada, formada,
desenvolvida, promovida, ou seja, escolhida por algum critério de seleção.
Encontram-se ainda “chefes” que foram colocados na posição de comando por tempo de
casa e fidelidade, que usam estilos autocráticos e intimidativos, incompatíveis com as
características de bons líderes.
Noel Tichy e Eli Cohen, em seu livro O Motor da Liderança, detalham porque líderes são
importantes:
– Líderes Assumem o Leme em Tempos de Mudança
– Eles determinam direções
– Mudam as organizações de onde estão para onde precisam estar
– Líderes Fazem as Coisas Acontecerem
– Eles moldam a cultura
– Usam as ferramentas de gestão
– Líderes são Revolucionários
– Eles enfrentam a realidade e mobilizam as ações apropriadas
– Encorajam os outros a fazer o mesmo
Essas constatações certamente são inspiradas nas condutas de Jesus Cristo e serão
esmiuçadas nos artigos seguintes.
Informações do Autor
Claudiney Fullmann
Engenheiro Industrial formado pela FEI, pós-graduado no BTE de Paris, especializado na Europa,
nos Estados Unidos e no Japão em Qualidade, Produtividade e Desenvolvimento de Executivos,
PhD pela Florida Christian University em Business Administration, Conselheiro de Administração
pelo IBGC. Professor da FEI, MAUÁ, PDG, FGV, HSM, BSP e convidado do INSPER.
Profissional com ampla vivência nas áreas industrial e administrativa, em renomadas empresas
nacionais e multinacionais, destacando-se: Gerente Industrial da Tèlèmècanique, Gerente de
Engenharia Industrial das Indústrias Villares – Elevadores Atlas, Gerente de Sistemas de
Movimento do Metrô de São Paulo, Diretor de Expansões e Diretor de Coordenação de Projetos
da Dedini, Vice-Presidente e Gerente Geral da General Electric do Brasil – Divisão de
Equipamentos Pesados, Fundador e Presidente da Educator Consultoria e Editora. Foi um dos
400 líderes da equipe mundial de Jack Welch e membro de conselhos de administração da
empresa ETS – Electronic Test Systems e do Hospital Carlos Chagas. Ao longo de sua carreira
tem se mantido atualizado nos campos acadêmicos e empresariais, dedicando-se a programas de
educação continuada no Brasil e no exterior, por meio de cursos, seminários e congressos, tanto
como participante, quanto como palestrante. Dedica-se à produtividade, planejamento estratégico,
desenvolvimento de pessoas e mentoria. Palestrante e Consultor em Estratégias Empresariais,
mentor de executivos (francês, espanhol e inglês). Organizador e chefe de Missões de Estudo à
Europa, aos Estados Unidos, ao Japão e à Coréia. Autor dos livros “O Trabalho – Mais Resultado
com Menos Esforço/Custo – Os passos para a Produtividade” e “Produção Dinâmica na Logística
– O Fluxo de Satisfação do Cliente”. Tradutor e editor de vários livros de sucesso como o best
sellers “A Meta”, O Motor da Liderança, Gente – O Fator Humano, Controle seu Destino antes que
Alguém o Faça, Mexendo com a Cabeça de seu Cliente, entre outros.
fullmann@aeducator.com.br
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“Autor” e pode não refletir necessariamente a linha educacional, conceitual, ideológica ou
programática da SBTD – Sociedade Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento.
Key Words deste Artigo (em ordem alfabética)
– Chefe
– Gestão de Pessoas
– Líder / Liderança
– Mudança
– Transformação
Edição: 16.03.2023
Caráter de Cristo na Liderança
O caráter de Cristo é o exemplo perfeito. Paulo aconselhou os filipenses dizendo que “haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”(Filipenses 2:5). O próprio Cristo declarou: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13:15).
Todo líder deve imitá-lo, seguir seus passos, de modo que nossas vidas reflitam o caráter de Cristo, revelando as virtudes do fruto produzido pelo Espírito em nós (Gálatas 5:22).
Em Jesus, encontramos o modelo supremo de como devemos ser justos, misericordiosos, amorosos, bondosos, pacificadores, longânimes, mansos, abnegados e dispostos a servir, assim como Ele serviu aos piores pecadores.
Integridade é um valor que se expressa através da verdade, fidelidade e honestidade. É também a qualidade de caráter daquele que é “inteiro” e sincero em todos os âmbitos de sua vida. A integridade é um atributo de Deus: Ele é íntegro, justo, correto e perfeito (Deuteronômio 32:4). Ele criou o homem à sua imagem e semelhança, por isso compartilha conosco essa virtude e deseja que a integridade seja também uma de nossas qualidades. Falo deste tema com naturalidade, pois Fullmann quer dizer homem íntegro em alemão. A Bíblia menciona vários personagens que foram íntegros: Abel, Noé, Hananias, Jó, José e outros, mas o maior exemplo de integridade na Bíblia é o Senhor Jesus Cristo. Ele foi pleno, justo e autêntico em todo o seu viver(Lucas 23:47). Assim, todos que buscam honrar a Deus, vivendo à semelhança de Cristo, deverão desenvolver essa virtude em sua vida prática.
Todo o líder que é íntegro no seu caminho diz não ao pecado da corrupção, do suborno, da mentira, da falsidade, da desonestidade, da infidelidade e da injustiça. Para isso, é preciso permanecer ligado a Cristo, andando conforme a sua Palavra e desenvolvendo os frutos do Espírito Santo.
“Fazer o que é justo e certo é mais aceitável ao Senhor do que oferecer sacrifícios” -Provérbios 21:3“
Pois estamos tendo o cuidado de fazer o que é correto, não apenas aos olhos do Senhor, mas também aos olhos dos homens” -2 Coríntios 8:21
4. Misericórdia.
É a compaixão pela necessidade alheia. Jesus foi misericordioso com os homens em suas fraquezas e privações. Lembremos, pois, que a misericórdia é um mandamento divino, e que a Bíblia condena a indiferença para com os pobres. Sejamos misericordiosos assim como Jesus nos ensinou na Parábola do Samaritano (Lc 10.37).Líderes precisam reconhecer que, em alguns momentos, seus liderados podem necessitar de atenção especial devido a problemas pessoais e particulares. Estejam atentos para perceber alterações de comportamento.
5. Coração puro.
Nas Escrituras, o coração representa a personalidade, o centro das emoções humanas: “Examine-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e reconhece os meus pensamentos” –(Sl139-23);“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” –(Sl 51.10; Mc 7.21-23). Por isso, a Bíblia afirma que o Senhor perscruta os corações e conhece o interior de cada pessoa. O Senhor, que conhece os nossos pensamentos e as motivações de nossas ações cotidianas, manifestará em seu santo e justo julgamento cada uma de nossas ações. Líder é líder em todos os momentos de sua vida.
“O ambiente e a realidade mudaram, mas muitos ainda não perceberam esse fato”
Qualquer situação, boa ou ruim, sempre muda!
Sempre que perguntado “como vai?” um amigo respondia: “podia ser melhor, podia ser pior.”
A realidade brasileira dos últimos trinta anos nos deixou uma crise econômica com alto desemprego, fechamento de muitas empresas e retração de investimentos, além da crise moral e política mergulhada na corrupção. Felizmente, um sopro de novos rumos começa mostrar efeitos, embora a oposição contra o Brasil crie muita resistência. Entretanto, pode-se Liderar a Produtividade atuando em paralelo com as ações de governo.
Absorvida a crise, retidos os talentos, encarada a realidade, é o momento de voltar a gerar riqueza, afastar-se de vez da sedução dos grandes ganhos virtuais acenados pela ciranda financeira, que podem até favorecer alguns, mas resultam em enormes perdas para muitos, como visto recentemente.
Essa geração de riqueza só pode ser obtida com produção de bens e serviços que satisfaçam simultaneamente os stakeholders – acionistas, empregados, clientes, fornecedores, sociedade, meio ambiente e governo. Um capitalismo social que é fruto de um trabalho produtivo.
Os líderes, além de servirem de bússola para as equipes, passam a serem solicitados como gestores de negócios, responsáveis pelos objetivos permanentes das organizações: produtividade e ganhos sustentáveis.
Extraio do livro O Trabalho – Mais Resultado com Menos Esforço/Custo – ensinamentos para o líder de alto desempenho, que comanda os passos para produtividade.
Desde a análise da relação entre educação e trabalho até a aceleração vertiginosa e sem precedentes no avanço da ciência e tecnologia, que mudou a face do mundo, essa obra evidencia o ponto de vista educativo do líder e sua inserção na Sociedade do Conhecimento. Líderes de todos os níveis passam a exercer papéis de maior alcance futuro, preocupados com a atualização profissional própria e de seus liderados, compatíveis com a evolução tecnológica e a flexibilização das carreiras valorizadas pelo mérito. Um guia para permanente aprendizagem, com embasamento técnico e prático, do entendimento do “saber como” e do “saber por que” além do “saber ser”. A consciência de que o trabalho é essencial à vida e à dignidade humana.
Seu fundamento está na produtividade total e consequente competitividade global. Enfatizam-se os métodos de trabalho mais adequados, que reduzem os tempos, a fadiga e os custos, enquanto aumentam a quantidade e a qualidade.
Três variáveis notáveis devem ser consideradas: capacidade instalada, produção horária com base na tecnologia adotada e demanda de mercado. A partir delas, os líderes de negócios devem formular estratégias empresariais que englobam pensamento estratégico, planejamentos estratégico, tático e operacional. Ao confrontar-se a real capacidade nominal e a verdadeira fatia de mercado que se pode atender, surge a realidade a ser encarada e as decisões da liderança. Se a participação porcentual de mercado for menor do que um dígito e a produção estiver ociosa, o problema está em vendas. Se o mercado estiver saturado com aquele produto, a empresa precisa inovar, lançar novo produto, reajustar sua capacidade nominal, mesmo com eventual fechamento ou conversão de algumas de suas linhas de produção, e voltar a crescer.
Como todo ser vivo, uma empresa nasce, cresce, amadurece, dá frutos, envelhece e morre. Sob a batuta de excelentes líderes, organizações de sucesso permanecem mais tempo em crescimento. Para fazer parte desse seleto grupo de empresas, a DPS – Dynamic Production Strategy, é uma poderosa ferramenta de reavaliação da forma como se conduzem os negócios, particularmente no que se refere à cadeia produtiva, dentro de um processo de melhoria contínua.
A DPS aponta caminhos para a inserção das empresas brasileiras no padrão de classe mundial, cujos objetivos fundamentais são:
- Determinar prazo confiável
- Reduzir lead-time
- Reduzir despesas operacionais
- Aumentar pontualidade de entrega
O início do processo produtivo da DPS ocorre com uma visão de market-in pela área comercial, com a elaboração da previsão de vendas – base para os planejamentos – e confirmação dos pedidos em carteira, essenciais para o plano de produção.
Em seguida, a conduta dos gestores de negócio passa a ser o PLOCA– Planejamento, Liderança, Organização, Controle e Ativação da cadeia produtiva. Essa gestão por processo requer uma orquestração majestosa, harmonizando e equilibrando as variáveis de um mercado dinâmico.
Planejamento – A intuição dos líderes é fundamental nessa fase de previsão de atividades, do relacionamento entre elas e os respectivos sequenciamentos. Sua força está em analisar, sintetizar, prever, determinar objetivos, estabelecer metas, prioridades, processos e procedimentos.
Liderança – Com os sistemas estabelecidos, os gestores apontam as direções, aceleram os movimentos, equalizam os ritmos, ficam atentos a quaisquer desvios, regem as simultaneidades e realçam os talentos individuais.
Organização – A fluidez dos processos depende do arranjo dos recursos, dos investimentos em tecnologia e do treinamento das pessoas no processo. Os métodos de trabalho e os consequentes tempos de realização permitem dimensionar equipamentos e força de trabalho.
Controle – Por melhor que sejam estabelecidas as etapas anteriores, os gestores precisam medir os desempenhos, confrontá-los com os objetivos, estar atentos aos eventuais desvios e corrigi-los. Lembro que controle não é fiscalização policial do líder, é cautela, monitoramento. É como um leme que serve para ajustar o rumo ao longo do percurso e não apenas no final das atividades; tem caráter permanente.
Ativação – Para incremento da produtividade, os líderes devem ativar – agregar o componente comportamental ao técnico – estimular sua gente a desempenhar suas atividades de maneira produtiva. É disparar o desempenho excelente.
Nesta fase é imprescindível aplicar a equação da capacitação:
informar – treinar – motivar – delegar
- Informar é comunicar. Significa gerar compreensão entre pessoas, de modo que elas possam agir com mais eficácia.
- Treinar é desenvolver competência. Começa com a seleção de talentos que compartilhem dos mesmos valores para ocupar funções da organização. Conhecimento, Habilidades e Atitudes – o famoso CHA – é aprimorado pela mais elogiável das condutas – a vontade.
- Motivar é retirar barreiras. Criar um ambiente estimulante, em que as pessoas se sintam valorizadas, confiantes e propensas à inovação, a melhorias contínuas e mais resultado. O produto autoconfiança x auto direção x auto compromisso equivale a resultado sem limites.
- Delegar é dar autonomia. Uma pessoa informada, treinada e motivada quer mais responsabilidade e autoridade. Deixar um indivíduo ser dono ou gestor de seu próprio desempenho – organizacional, gerencial, individual – é a essência do empowerment.
Tudo isso não diminui a autoridade nem isenta a responsabilidade dos líderes.
Com esses passos, lidera-se a produtividade, só alcançada pelo trabalho gerador de riqueza, socialmente responsável, zeloso pelo meio ambiente e, acima de tudo, promotor de uma nação pujante e progressista, em que capital e trabalho imbricam-se de modo seguro e feliz.
Se quiser saber mais como fazer isso, visite meu site www.fullmann.com.br e entre em contato comigo pelo e-mail claudiney@fullmann.com.br
AUTOMOTIVAÇÃO
Claudiney Fullmann
Ninguém motiva ou desmotiva ninguém. As próprias pessoas, com seu domínio próprio se movem em direção aos seus propósitos.
Podemos sim ser influenciados positiva ou negativamente pelo meio em que vivemos, pelas amizades que temos, pelas pessoas que admiramos, pela orientação que tivemos desde o berço e por nossas crenças.
Nossos brios comandam nossa mente e o nosso coração. Diante de qualquer situação ou desafio, nosso pensamento determina o rumo que podemos e devemos tomar e isto nos motiva. Pode haver dúvidas ou incertezas que um bom mentor ajuda a esmiuçar e chamar aos brios para uma decisão ou posição firmes.
Paulo Vanzolini em 1963 foi muito feliz quando escreveu a música: “Reconhece a queda e não desanima; levanta, sacode a poeira e dá volta por cima”. É ou não um hino à motivação? É um estímulo preparatório para lidar com adversidade, vencer as dificuldades com grandeza.
Esse comportamento pode ter origem na educação. Participei de um grupo de trabalho com jovens que voltaram a serem crianças quando começaram engatinhar. O estudo foi extenso, com aspectos marcantes: os desenvolvimentos das atividades motoras com os desenvolvimentos mentais não ocorreram simultaneamente quando os pais colocaram as crianças em andadores em vez de deixa-las engatinhar, tentar ficar em pé, se apoiando em qualquer coisa, cair e tentar de novo. O fato de se deslocarem apenas balançando as perninhas não lhes deu o equilíbrio suficiente. Algumas crianças aprenderam a andar na ponta dos pés sem a planta do pé no chão.
Não me esqueço de que uma vez acompanhamos as atividades de crianças em uma sala sem adultos para pajeá-los. Em uma situação vimos mais crianças brincando com as embalagens do que com os brinquedos propriamente ditos. A maior atração eram as caixas grande onde podiam entrar e se aconchegar. Algumas eram mais sociáveis outras mais independentes. Em outra situação vimos um menino bater com a cabeça no anto de uma mesa, Caiu, fez beicinho, olhou para os lados, não tinha nenhuma mãe ou avó, não chorou e voltou a correr. Sua motivação era latente. Se alguém batesse na mesa dizendo: “mesa feia, bateu no nenê” estaria instalada a mania de transferir a culpa, não assumir o erro.
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LÍDER: GESTOR OU AMIGO
Quando uma pessoa é levada à condição de líder, várias circunstâncias podem impactar seu desempenho e o de sua equipe. A empresa espera que o novo ocupante da posição seja responsável por obter resultados e compartilhe os valores da empresa. A autoridade a ele atribuída é compatível com a responsabilidade cobrada.
Após essa promoção, começa um novo ciclo histórico no ambiente de trabalho: novo chefe; novas características e rotinas; novas metas, desafios e expectativas, tanto da empresa quanto do ocupante da vaga e das equipes de parceiros e liderados. Mesmo os já conhecidos de casa passam a usar um novo chapéu. São cobrados e cobradores simultaneamente.
Quando há uma promoção interna e um colega passa a ser chefe de um amigo, antes colegas que compartilhavam dos mesmos problemas e birras com o chefe comum, há impacto na amizade. De repente, mudam as regras – de pedra vira vidraça. Para não haver conflito entre subordinação e amizade, novas regras de relacionamento devem existir. A autoridade deve ser respeitada e até valorizada pelo amigo perante os demais colegas.
Nessas circunstâncias devem se adequadas atitudes e habilidades: Objetividade em alcançar resultados e Sensibilidade para lidar com gente – Como gestor, o líder tem de manter o equilíbrio entre os resultados globais da empresa e harmonia da equipe. É essencial mantê-la motivada, desafiada e orientada. Ser amigo e conselheiro ajuda os membros a se desempenharem melhor, mas não se deve criar “amiguinhos do chefe”.
Para não confundir gestão com amizade, um líder deve conhecer bem cada um de seus membros e treiná-los. Um bom líder precisa ter um ponto de vista educativo para extrair lições dos sucessos e dos fracassos. Um líder sempre preocupado com a evolução de seu pessoal é mais que um amigo. Ele deve compartilhar constantemente as alegrias e os méritos das vitórias.
Um bom mentor ajuda a refinar o equilíbrio de suas atitudes. Conte comigo:
UM BOM LÍDER NÃO FAZ NADA, MAS NÃO DEIXA NADA SEM SER FEITO
Claudiney Fullmann
Veja um maestro. Enquanto rege não toca nenhum instrumento, exceção feita a Johann Strauss e André Rieu que regeu e rege solando seus violinos. O instrumento permite manter a visão da orquestra e o arco substitui a batuta. Difícil imaginar alguém regendo e tocando tuba.
Um líder deve ser com um maestro.
O maestro, regente ou condutor de um grupo musical, a frente de uma orquestra sinfônica com diversos instrumentos executados por especialistas, chegando a ter 150 hábeis e heterogêneos músicos, assegura harmonia, cadência, marcação do tempo, para um andamento justo. Possui domínio da partitura, percepção sonora apurada, conhecimento e compreensão do estilo, comunicação gestual e às vezes facial.
Com sua mão direita segura a batuta para mostrar o compasso e a velocidade da execução de uma obra. Com a mão esquerda indica a amplitude que a obra deve exprimir – mais suaves ou mais fortes. Sua expressão facial também pode envolver os músicos. Um ícone da maestria foi o alemão Herbert von Karajan que tocava piano desde seus quatro anos de idade, chegava a fechar os olhos para reger expressando o sentimento que o autor queria envolver. Conhecia a partitura de cor e obtinha homogeneidade com um grupo distinto.
Para “fazer acontecer” um maestro escolhe o repertório, estuda e analisa as partituras, ensaia os músicos e prepara os concertos.
O que há de diferente nos líderes?
A música é outra e o que conta são os resultados. O líder rege um grupo de profissionais competentes que escolheu, define suas metas e assegura a harmonia da equipe. Sempre atento aos desempenhos de cada membro, os ensaia, treina, corrige, estimula e elogia com simples gestos. O sucesso depende da atividade de cada um e do conjunto. Mesmo que tenha sido especialista em algum assunto, para extrair o máximo do grupo ele deixa de ser especialista para ser o líder, o condutor, o maestro.
É clássico o erro em se transformar o melhor especialista em chefe, só porque ele conhece melhor o trabalho. Perde-se um bom especialista e se ganha um mau chefe. Ele não foi treinado para ser líder, e algumas vezes só aceita o novo cargo de gestor para ganhar mais, não porque gosta ou quer assumir as responsabilidades de um líder. Nunca me esqueço do caso de um excepcional engenheiro de minha equipe que eu queria promove-lo para supervisão do grupo em que trabalhava, por necessidade de ampliar o quadro devido a aumento de demanda. De jeito nenhum, respondeu-me ele: “Prefiro continuar fazendo os cálculos complexos de um novo motor de tração do que ficar controlando trabalho dos outros, justificar faltas, ouvir insatisfações e reclamações de salário.” Reconhecida sua honestidade foi quando criada a Carreira Y para que um especialista ganhasse tanto quanto um gerente.
Pode ser que existam alguns líderes natos, mas podemos desenvolver pessoas que possuam caráter e comportamento adequados para lidar com pessoas. Existem inúmeras qualificações de liderança, mas para se ter um ser humano especial, capaz de levar multidões a novos rumos é preciso desenvolvimento e dedicação para ser um líder global que tenha sensibilidade para lidar com gente e objetividade para obter resultados.
Um bom líder, admirado e atuante, deve estar disponível para orientar e ouvir até problemas pessoais de seus liderados. Seu tempo deve ser dedicado à supervisão como de um maestro, não para estar sempre ocupado com afazeres que não delega e até leva para casa.
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Liderando a Produtividade
Absorvida a crise, retidos os talentos, encarada a realidade, é o momento de voltar a gerar riqueza, afastar-se de vez da sedução dos grandes ganhos virtuais acenados pela ciranda financeira, que podem até favorecer alguns, mas resultam em enormes perdas para muitos, como visto recentemente.
Essa geração de riqueza só pode ser obtida com produção de bens e serviços que satisfaçam simultaneamente os stakeholders – acionistas, empregados, clientes, fornecedores, sociedade, meio ambiente e governo. Ela é fruto de um trabalho produtivo.
Os líderes, além de servirem de bússola para as equipes, passam a serem solicitados como gestores de negócios, responsáveis pelos objetivos permanentes das organizações: produtividade e ganhos sustentáveis.
Extraio do livro O Trabalho – Mais Resultado com Menos Esforço/Custo – ensinamentos para o líder de alto desempenho, que comanda os passos para produtividade.
Desde a análise da relação entre educação e trabalho até a aceleração vertiginosa e sem precedentes no avanço da ciência e tecnologia, que mudou a face do mundo, essa obra evidencia o ponto de vista educativo do líder e sua inserção na Sociedade do Conhecimento. Líderes de todos os níveis passam a exercer papéis de maior alcance futuro, preocupados com a atualização profissional própria e de seus liderados, compatíveis com a evolução tecnológica e a flexibilização das carreiras valorizadas pelo mérito. Um guia para permanente aprendizagem, com embasamento técnico e prático, do entendimento do “saber como” e do “saber por que” além do “saber ser”. A consciência de que o trabalho é essencial à vida e à dignidade humana.
Seu fundamento está na produtividade total e consequente competitividade global. Enfatizam-se os métodos de trabalho mais adequados, que reduzem os tempos, a fadiga e os custos, enquanto aumentam a quantidade e a qualidade.
Três variáveis notáveis devem ser consideradas: capacidade instalada, produção horária com base na tecnologia adotada e demanda de mercado. A partir delas, os líderes de negócios devem formular estratégias empresariais que englobam pensamento estratégico, planejamentos estratégico, tático e operacional.
Ao confrontar-se a real capacidade nominal e a verdadeira fatia de mercado que se pode atender, surge a realidade a ser encarada e as decisões da liderança. Se a participação porcentual de mercado for menor do que um dígito e a produção estiver ociosa, o problema está em vendas. Se o mercado estiver saturado com aquele produto, a empresa precisa inovar, lançar novo produto, reajustar sua capacidade nominal, mesmo com eventual fechamento ou conversão de algumas de suas linhas de produção, e voltar a crescer.
Como todo ser vivo, uma empresa nasce, cresce, amadurece, dá frutos, envelhece e morre. Sob a batuta de excelentes líderes, organizações de sucesso permanecem mais tempo em crescimento. Para fazer parte desse seleto grupo de empresas, a DPS – Dynamic Production Strategy, é uma poderosa ferramenta de reavaliação da forma como se conduzem os negócios, particularmente no que se refere à cadeia produtiva, dentro de um processo de melhoria contínua.
A DPS aponta caminhos para a inserção das empresas brasileiras no padrão de classe mundial, cujos objetivos fundamentais são:
- Determinar prazo confiável
- Reduzir lead-time
- Reduzir despesas operacionais
- Aumentar pontualidade de entrega
O início do processo produtivo da DPS ocorre com uma visão de market-in pela área comercial, com a elaboração da previsão de vendas – base para os planejamentos – e confirmação dos pedidos em carteira, essenciais para o plano de produção.
Em seguida, a conduta dos gestores de negócio passa a ser o PLOCA– Planejamento, Liderança, Organização, Controle e Ativação da cadeia produtiva. Essa gestão por processo requer uma orquestração majestosa, harmonizando e equilibrando as variáveis de um mercado dinâmico.
Planejamento – A intuição dos líderes é fundamental nessa fase de previsão de atividades, do relacionamento entre elas e os respectivos sequenciamentos. Sua força está em analisar, sintetizar, prever, determinar objetivos, estabelecer metas, prioridades, processos e procedimentos.
Liderança – Com os sistemas estabelecidos, os gestores apontam as direções, aceleram os movimentos, equalizam os ritmos, ficam atentos a quaisquer desvios, regem as simultaneidades e realçam os talentos individuais.
Organização – A fluidez dos processos depende do arranjo dos recursos, dos investimentos em tecnologia e do treinamento das pessoas no processo. Os métodos de trabalho e os consequentes tempos de realização permitem dimensionar equipamentos e força de trabalho.
Controle – Por melhor que sejam estabelecidas as etapas anteriores, os gestores precisam medir os desempenhos, confrontá-los com os objetivos, estar atentos aos eventuais desvios e corrigi-los. Lembro que controle não é fiscalização policial do líder, é cautela, monitoramento. É como um leme que serve para ajustar o rumo ao longo do percurso e não apenas no final das atividades; tem caráter permanente.
Ativação – Para incremento da produtividade, os líderes devem ativar – agregar o componente comportamental ao técnico – estimular sua gente a desempenhar suas atividades de maneira produtiva. É disparar o desempenho excelente.
Nesta fase é imprescindível aplicar a equação da capacitação:
informar – treinar – motivar – delegar
- Informar é comunicar. Significa gerar compreensão entre pessoas, de modo que elas possam agir com mais eficácia.
- Treinar é desenvolver competência. Começa com a seleção de talentos que compartilhem dos mesmos valores para ocupar funções da organização. Conhecimento, Habilidades e Atitudes – o famoso CHA – é aprimorado pela mais elogiável das condutas – a vontade.
- Motivar é retirar barreiras. Criar um ambiente estimulante, em que as pessoas se sintam valorizadas, confiantes e propensas à inovação, a melhorias contínuas e mais resultado. O produto autoconfiança x auto direção x auto compromisso equivale a resultado sem limites.
- Delegar é dar autonomia. Uma pessoa informada, treinada e motivada quer mais responsabilidade e autoridade. Deixar um indivíduo ser dono ou gestor de seu próprio desempenho – organizacional, gerencial, individual – é a essência do empowerment.
Tudo isso não diminui a autoridade nem isenta a responsabilidade dos líderes.
Com esses passos, lidera-se a produtividade, só alcançada pelo trabalho gerador de riqueza, socialmente responsável, zeloso pelo meio ambiente e, acima de tudo, promotor de uma nação pujante e progressista, em que capital e trabalho imbricam-se de modo seguro e feliz.