MENOS RADICAL 1

MENOS RADICAL

 Não se mata pernilongo com tiro de canhão! O estrago é maior que o objetivo.

Escrevi sobre a Quarentena – sou a favor principalmente para proteger o grupo de risco; idosos, pacientes crônicos e deficientes imunológicos; Escrevi sobre Home Office – sou a favor de uma modalidade que já existia e que se intensificará para quem tem atividade administrativa ou vendas e pode explorar a tecnologia para se comunicar remotamente; Escrevi sobre a Volta ao Trabalho – preocupo-me com os autônomos e informais que devem estar na linha de frente para proteger suas famílias com provisão diária e que não têm reserva financeira para o amanhã. São totalmente dependentes do trabalho diário para não sofrerem penúrias e sobreviverem.

Nada disso é contraditório. Sem radicalismo precisamos de equilíbrio. Entendo que o propósito dos responsáveis pela saúde é óbvio: salvar vidas! Mas, e a consequente situação econômica? Ah, isso é com o Paulo Guedes…

Calma lá! Precisamos ser utilitaristas. Governantes e Líderes com caneta na mão devem decidir o agora, o hoje, mas não podem deixar de olhar o amanhã. Tive uma dolorosa experiência quando fui obrigado a demitir um terço de meus empregados de uma só vez: 600 pessoas, impactando mais de 2.000 de seus dependentes; mas salvei 1.200 empregos e retomei as atividades contratando deficientes físicos – surdo-mudo, cego e paraplégico – que tinham menos oportunidades. Foi um decisão sofrida para escolher o menos pior! Como um médico amputa o pé de um paciente para salvar sua perna e o seu corpo.

As decisões governamentais baseiam-se em dados estatísticos. Porém estatística é igual biquíni: mostra tudo, mas esconde o essencial.

Vejamos os fatos: em 30/03/2020 o Ministério da Saúde divulgou 4.579 casos com 159 mortes desde o dia 17/03 quando houve o primeiro óbito de um homem de 62 anos, diabético e hipertenso.

Não se mostrou a faixa etária dos 159 mortos e a preexistência de doenças graves.  Tampouco se mostrou o número de pessoas recuperadas e imunizadas dos 4.579 casos registrados. Para quem gosta de percentagem, a quantidade de mortos no Brasil pelo corona vírus é 0,00000076.

Não se mostrou também a quantidade de mortes no mesmo período causadas por: dengue, caxumba, câncer, acidentes de trânsito, homicídios, infarto, etc. Quantos morrem na fila do SUS a espera de consultas, exames, cirurgias por vários meses?

Temos uma população economicamente ativa de cerca de 130 milhões que não pode, nem deve ficar ociosa. Estamos num país tropical e esse vírus gosta do inverno. Quantos casos de contaminação foram registrados no carnaval? Havia muitos estrangeiros no meio da multidão, prováveis vetores?

Lembremo-nos da Palavra em 2 Timóteo 1.7: “Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”.

claudiney@fullmann.com.br