Gestão de Mudanças 1 – Preparação

GESTÃO DE MUDANÇAS I
Pr
eparação


Agora somos obrigados a mudar! Uma mudança inexorável, nem sempre indolor, mas
necessária. Envolve componentes emocionais, racionais e, em muitos casos, financeiros.

Relembrando a profecia poética “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia…”
entendemos que um novo normal se instalou e ficará para sempre; não voltará ao que era. Diante
do impacto sofrido por todos, tanto como empresários e como empregados, percebemos que uns
levaram um tropeção que os projetou para frente com maior velocidade em direção ao novo normal,
enquanto outros caíram e precisam levantar rápido, suspirar e correr para o novo normal.

Não é momento de desespero e sim de planejamento. Na preparação para esta mudança
implacável temos que pensar muito sobre nossa realidade. Encará-la como ela é, não como foi ou
gostaríamos que fosse. A primeira reflexão está intrínseca em nós! Devemos valorizar nossas
competências, reconhecer o que fazemos de melhor e identificar potencias interessados em ter o
que oferecemos como produto ou serviço. Satisfazer necessidades com qualidade, preço, prazo
e bom atendimento para retomar mercados.

Pergunte-se: “onde estou?” qual a situação real em que me encontro neste momento?
Recomendo inicialmente fazer uma tabela de cinco colunas:

Aspecto | Ruim | Razoável | Bom | Ótimo, para a seguinte relação:

Na coluna aspecto colocar: 1 Produto, 2 Qualidade, 3 Produtividade, 4 Lucratividade, 5
Fatia de Mercado, 6 Qualificação das equipes, 7 Prazo de Entrega, 8 Pontualidade de Entrega,
9
Segurança no Trabalho, 10 Cuidado com meio Ambiente, etc. Esta relação é apenas um exemplo,
faça a que melhor representa seu negócio.

Em cada linha colocar um X na avaliação correspondente. Use de toda sinceridade!
Preenchida a tabela, verificar os itens Ruim e Razoável, definir não mais que cinco prioridades e
buscar suas causas.

Uma das técnicas de verificação de causa-efeito é a dos “5 Por quês?”. Fazendo
sucessivas perguntas a partir da resposta anterior, chega-se a causa raiz; usando um exemplo
bem simples e que funciona para situações mais complexas:

Por que tivemos tanta devolução de produtos neste mês?

Porque o cliente reclamou da qualidade.

Por que o cliente reclamou da qualidade?

Porque tivemos componentes de baixa qualidade.

Por que tivemos componentes de baixa qualidade?

Porque trocamos para fornecedor mais barato.

Por que trocamos para fornecedor mais barato?

Porque implantamos uma política de redução de custo…

Com esta última resposta, identificamos o que foi inadequado e que precisa ser mudado.
Nada de errado buscar redução de custo e redução de despesas, mas isto não pode ser feito em
detrimento da qualidade. A política poderia até estar correta, mas ter sido mal divulgada e
interpretada pelas equipes. O fornecedor provavelmente não foi selecionado adequadamente e o
comprador até pode ter recebido prêmio pela redução do custo, aumentando o prejuízo da
empresa e desmotivando todo o pessoal.

Uma cadeia de pequenos eventos descontrolados põem em risco uma Gestão de
Mudança que pode ser desacreditada e inviabilizar seu bom propósito.

Outra técnica de relacionamento entre causa e efeito é a aplicação da lógica do Se…
Então; por exemplo:

SE tivemos componentes de baixa qualidade, ENTÃO o cliente reclamou da qualidade.

Ou ainda na condição Necessária/Suficiente: Para não haver reclamação de qualidade é
necessário que tenhamos componentes de alta qualidade.

Portanto, para iniciar um processo de gestão de mudança deve-se preparar o ambiente
reunindo as equipes e obter um consenso para identificar a causa raiz. Um bom consultor pode
auxiliar nessas definições.

Recomenda-se também um check-up da saúde financeira e operacional da empresa.

Mudanças bem planejadas levam ao sucesso, mas é fundamental uma fixação de metas,
boa liderança, muita persistência e controle.

No próximo artigo detalharemos o passo “O Quê Mudar”.


Informações do Autor
Claudiney Fullmann
Engenheiro Industrial formado pela FEI, pós-graduado no BTE de Paris, especializado na Europa,
nos Estados Unidos e no Japão em Qualidade, Produtividade e Desenvolvimento de Executivos,
PhD pela Florida Christian University em Business Administration, Conselheiro de Administração
pelo IBGC. Professor da FEI, MAUÁ, PDG, FGV, HSM, BSP e convidado do INSPER.

Profissional com ampla vivência nas áreas industrial e administrativa, em renomadas empresas
nacionais e multinacionais, destacando-se: Gerente Industrial da Tèlèmècanique, Gerente de
Engenharia Industrial das Indústrias Villares Elevadores Atlas, Gerente de Sistemas de
Movimento do Metrô de São Paulo, Diretor de Expansões e Diretor de Coordenação de Projetos
da Dedini, Vice-Presidente e Gerente Geral da General Electric do Brasil Divisão de
Equipamentos Pesados, Fundador e Presidente da Educator Consultoria e Editora. Foi um dos
400 líderes da equipe mundial de Jack Welch e membro de conselhos de administração da
empresa ETS Electronic Test Systems e do Hospital Carlos Chagas. Ao longo de sua carreira
tem se mantido atualizado nos campos acadêmicos e empresariais, dedicando-se a programas de
educação continuada no Brasil e no exterior, por meio de cursos, seminários e congressos, tanto
como participante, quanto como palestrante. Dedica-se à produtividade, planejamento estratégico,
desenvolvimento de pessoas e mentoria. Palestrante e Consultor em Estratégias Empresariais,
mentor de executivos (francês, espanhol e inglês). Organizador e chefe de Missões de Estudo à
Europa, aos Estados Unidos, ao Japão e à Coréia. Autor dos livros “O Trabalho – Mais Resultado
com Menos Esforço/Custo Os passos para a Produtividade” e “Produção Dinâmica na Logística
O Fluxo de Satisfação do Cliente”. Tradutor e editor de vários livros de sucesso como o best
sellers “A Meta”, O Motor da Liderança, Gente – O Fator Humano, Controle seu Destino antes que
Alguém o Faça, Mexendo com a Cabeça de seu Cliente, entre outros.

fullmann@aeducator.com.br

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Key Words deste Artigo (em ordem alfabética)

– 5 Por quês?

– Gestão de Mudanças

– Liderança

– Metas

– Qualidade