FLUXO SINCRONIZADO COM SCM
Claudiney Fullmann
Desenvolver um fluxo sincronizado em toda a cadeia de suprimentos, cuja empresa mereça o título de classe mundial, requer conhecimentos e habilidades que tornem práticas as mais recentes teorias.
A solução tem de ser tecnológica, recheada de valores éticos e salpicada de ingredientes comportamentais, bem homogeneizada para promover a excelência operacional.
Parece muito? Pois não é. Considerando o que chamo de TTC – Tempo de Tolerância do Cliente – isso é o mínimo requerido para ser concorrente competitivo.
As soluções não se resumem em ter um software avançado. Se os usuários não entenderem o porquê e o como funciona, será como ter uma calculadora científica com centenas de funções matemáticas e usar apenas as quatro operações primárias. Se não tiverem vontade para usar a solução tecnológica, o cliente continuará esperando e aumentando seu grau de intolerância.
Ajuda, mas não é suficiente, ter uma equipe bem motivada. Se não tiverem ferramentas de trabalho modernas, instrumentos de comunicação adequados, tempo para pensar e criar, será como uma equipe de enxada na mão para construir uma rodovia. Se não tiver sistemas que melhorem sua produtividade, o cliente exigente de hoje sequer esperará justificativa.
Qualquer um de nós quer excelência operacional, atendimento rápido, pontual, de qualidade e de preço compatível. Para satisfazer tais exigências é preciso harmonizar o que temos disponível: pessoas, tecnologias, recursos e mercado – e, como um maestro competente, extrair uma melodia que agrade aos ouvidos do cliente. Um pequeno conjunto de jazz ou uma grande filarmônica tem o mesmo propósito; uma pequena empresa ou um grande conglomerado, o mesmo desejo. Afinar e sincronizar os recursos e talentos disponíveis para, no menor tempo de ciclo possível, satisfazer as necessidades dos clientes antes que os concorrentes o façam.
Para um SCM compatível com os pressupostos assumidos acima, o tempo de ciclo – lead-time – considerado é o do ponto de vista do cliente, ou seja, entre a colocação do pedido de compra e a utilização do bem adquirido, que inclui produtos e serviços. Então, duas competências são requeridas: Sercapaz de prometer a data de entrega com o prazo menor do que o do concorrente e ser capaz de cumprir com o prometido.
Usando os conceitos do Gerenciamento Das Restrições, coloco na prática o modelo do Tambor – Pulmão – Corda para sincronizar todo o fluxo operacional. O ponto de partida é sempre o da data prometida para o cliente, que foi anteriormente verificada, no momento da consulta, pelo confronto da carga de produção que ela representa com as capacidades disponíveis, tanto de recursos físicos quanto de mão-de-obra e materiais.
Existem softwares que permitem uma varredura imediata da capacidade disponível, consideração das ordens de serviço em andamento, identificação de limitações e sugestões de decisão para aceite da data pretendida. Com um APS – Advanced Planning System e uma comunicação cliente-fornecedor via WEB, o SCM pode processar rapidamente todos os dados disponíveis, confirmar datas, emitir ordens de fabricação, pedidos de compras, relatórios para alocação de mão-de-obra, demonstrativos de ganho econômico do pedido, cálculo de ocupação do recurso limitado e outras variáveis de decisão que permitam aumentar a lucratividade da empresa.
A sincronização do fluxo de todos os materiais e mão-de-obra com a melhor ocupação dos recursos disponíveis torna o SCM dinâmico com benefícios imediatos de redução de estoques, principalmente em processos, redução de horas extras não planejadas e redução de lead-time.
Acompanhando e promovendo as mudanças gerenciais do Lean Production,Agile Manufacturing, Strategic Agility, o DPS – Dynamic Production Strategy– da Educator, alinhado com seu Humanware tem contribuído com soluções de sucesso como são os casos da DHB e Delphi.
Artigo originalmente publicado em 07/09/2003