DOSES DE PRODUTIVIDADE – VI

DOSES DE PRODUTIVIDADE – VI

Ainda tratando da DESPESA OPERACIONAL, precisa-se de doses de produtividade complementares para combater o segundo item crítico – os ESTOQUES. O inventário em estoque tem um custo de carregamento e sua depreciação entra na DO.

 

Há estoques estratégicos que podem contribuir com o ganho, dependendo do tipo de negócio que se administra. Quando se trata de produto padronizado para entrega imediata, o estoque de PRODUTO ACABADO (PA) é essencial para não perder vendas. Aqueles que têm prazos de validade precisam ter uma vazão compatível com a demanda de mercado, isto significa que, embora seja um estoque produtivo, deve haver um giro de estoque elevado medido por G/I (ver doses I). Se o produto é feito por encomenda não se deve ter estoque de PA A menos que haja um pagamento inicial para garantir a compra de MP ele pode ficar encalhado e as DO aumentarem. Admite-se um estoque de Produto Semi Acabado que recebe uma montagem ou composição final no momento da venda. Esta condição permite menor prazo de entrega, que é um sinal de boa produtividade. Este estoque também deve ser medido por seu giro para que não haja produção excessiva, apenas para ocupação de pessoas e máquinas.

 

Outro estoque estratégico essencial é o da MATÉRIA-PRIMA (MP). Necessário para dar início a quaisquer produções, só deve ser utilizado quando houver um destino certo para venda ou reposição de estoque. Enquanto não é tocada, a MP tem valor de mercado. Uma vez sofrida qualquer operação ela passa a valer como sucata se não for transformada em PA. Há uma distorção contábil quando se considera que uma operação “agrega valor”; ela agregou custo, mas só terá valor se for vendida como PA. Enquanto a MP permanecer e for conservada em seu estado de compra, poderá ser considerada como um estoque especulativo e ser vendida com a cotação de mercado.

 

Outro estoque sempre identificado é o Material em Processo (WIP = Work In Process). Ele é danoso para a produtividade, ele não é nada, nem MP nem PA.

O ideal é tê-lo muito reduzido durante um rápido processo de transformação, pois é a fase em que se encontram esperas, retrabalhos e desperdícios que reduzem a produtividade. Os japoneses, em seu conceito de Just-in-Time (JIT) buscam a “produção sem estoque”. Ver máquinas e pessoas paradas é uma aberração para o administrador industrial tradicional; ele prefere ver atividade, mesmo que seja para consumir MP, ferramentas, energia e movimentação que contribuem para a baixa produtividade da DO.

 

Uma boa dose de produtividade é a filosofia de “só trabalhe se houver trabalho”. Não havendo trabalho que aproxime a MP do PA, as máquinas paradas não consomem energia e as pessoas podem ser transferidas para outras atividades importantes ou treinadas para melhor capacitação. Por isso uma dose energética de produtividade é a multifuncionalidade dos empregados que se motiva ao ver a expedição satisfazendo clientes e a entrada de dinheiro.

 

Um vilão do crescimento improdutivo do estoque é o Lote Econômico. Embora muitos ainda sigam a falácia de que o custo por peça diminui quando se produz bastante, o ideal é promover um fluxo contínuo e rápido, sendo o fluxo mais eficaz aquele de uma peça que passa rapidamente pelas atividades do processo; o chamado “one piece flow”.

 

Outra técnica japonesa de grande impacto na redução do WIP é o Kanban; um cartão de controle da produção realizado no chão de fábrica pelos próprios operadores que o usam como Ordem de Produção quando um pequeno estoque requer reposição porque houve consumo.

 

Na próxima tem mais doses que aumentam a lucratividade das empresas.