Convertendo Potencial em Desempenho
Claudiney Fullmann
As pessoas possuem um potencial ilimitado.
Discordo da citação de que alguém “atingiu seu limite de competência”. Pode acontecer de não apresentarem eficácia, mas seu potencial latente está lá, basta ajudá-lo a extraí-lo. Na era do conhecimento, a autonomia conferida pelo empowerment permite maximizar o desempenho.
“Quem manda em mim sou eu!” é a expressão mais profunda da liberdade de cada um, desde que inclua deveres e direitos, cujos limites contornam os direitos dos demais indivíduos, formando as fronteiras da cidadania. Você, no comando de si mesmo, assume o compromisso de fazer algo por você e pela humanidade. Você é o executante.
Deus nos deu a oportunidade de ter sucesso em todas as áreas de nossa vida. Ele não nos dá castigo; apenas colhemos os frutos do que plantamos. Embora não conheçamos detalhadamente os Seus planos para cada um de nós, temos o domínio de grande parte das coisas e de cem por cento de nossos atos. Podemos e devemos controlar nosso destino: somos nossos próprios gerentes.
Todos temos intuição, bom senso e lógica. Temos tudo para desempenhar bem tanto como gerentes quanto como executantes. Começamos a baixar nosso desempenho quando não ouvimos suficientemente nossa intuição, quando não praticamos o bom senso e quando não planejamos nossas atitudes, dentro da lógica determinada pela liberdade que possuímos.
Edmund Freedberg em seu livro ATIVAÇÃO – A Competência Básica – mostra um caminho efetivo para converter o potencial individual e corporativo em desempenho excelente. Ele nos permite reflexão e reação na busca constante de sermos cada dia melhores, consolidando-se então a fórmula: Desempenho = Habilidade x Ativação. Freedberg valoriza o indivíduo como executante autogerenciado e enaltece a missão pessoal e seu gerenciamento. Ativar significa gerenciar a autoconfiança, a autodireção e o autocompromisso.
Não existe virtualmente nenhum aspecto do sistema de gerenciamento do desempenho de qualquer organização que não tenha, como foco supremo, o controle do desempenho imediato. Desempenho imediato é o fazer. Se a execução for eficaz, a organização também o será; se não… A única pessoa que tem toda a autoridade sobre o desempenho imediato de um indivíduo é o próprio indivíduo. O gerente do desempenho imediato é o autogerente.
Com a competição globalizada, as ameaças à lucratividade obrigaram as empresas a reduzir seus quadros gerenciais, eliminar níveis inteiros da hierarquia e exigir maior produtividade de seus subordinados. Criou-se um “vácuo gerencial” que, inundado pelo dilúvio cada vez mais acelerado de informação e tecnologia, pela crescente complexidade e especialização, impede que as decisões cruciais sejam tomadas por apenas um indivíduo no topo da pirâmide. Criou-se o gerenciamento compartilhado.
Com um modelo de gerenciamento compartilhado, o ciclo de desempenho é parcelado em três fases:
- Preparação
- Ativação
- Avaliação
O gerente externo assume as fases 1 e 3. A fase 2, que sempre foi do executante, passa a ser mais explícita como a do autogerente. No modelo de administração tradicional, a relação entre o gerente e o gerenciado se assemelha ao do Pinóquio. O gerenciado é como um boneco com cordões que obedece ao seu gerente Gepeto. O gerente externo é o senhor que determina cada movimento, enquanto o gerenciado é totalmente reativo. No modelo compartilhado não há cordões. O gerente externo transfere horizontalmente as metas e os recursos para atingir resultados, e o autogerente, personificado em executante, é responsável por seu desempenho imediato. O gerente externo é o apoiador que o autogerente tem a responsabilidade de utilizá-lo.
Existem alguns hábitos de ativação que facilitam a conversão de potencial em desempenho excelente:
- Conhecimento, habilidades e atitudes
- Ser membro da equipe
- Substituição do desejo pelo hábito para eliminar a complacência
- Ativação ilimitada = autoconfiança x autodireção x autocompromisso
- Evitar a autocrítica destrutiva
- Focalizar as realizações e reconhecer o sucesso
- Comportamento confiante
- Ensaio do sucesso
- Eliminar a comparação destrutiva
- Focalizar no que é novo
- Planejar a proatividade
- Gerenciar o estresse
- Gerenciar o gerenciável
- Exercitar a função de autocoach.
- Cuidado com os perigos da motivação “sentir vontade”
- Ser sincero com você mesmo
- Bloquear a procrastinação
- Oferecer auto-inventivos
- Promover o otimismo
- Fazer uma declaração de missão pessoal
Muitas vezes, apenas por inverter a ordem de seus pensamentos, você encontrará respostas a questões que sempre lhe ficaram obscuras. Uso sempre o exemplo de uma pessoa que tem um desejo e um obstáculo para superar. Ao ouvirmos a frase “Quero dar um passeio, mas está chovendo”, é bem provável que tal pessoa não vá dar o passeio por ter colocado um foco mais intenso no negativo. Se invertermos a frase, colocando o obstáculo no início e o desejo para completar a sentença, teremos: ”Está chovendo, mas quero dar um passeio”. Nesta hipótese abre-se um leque de possibilidades, pois o foco está no final da declaração. Recebemos mais estímulos para autogerenciamento e superação de obstáculos.
Quando não focalizamos o que podemos fazer, provavelmente não iremos gerar as decisões de atividade que ativarão nosso potencial. O único fator de impacto que gerenciamos e controlamos é a nossa própria pessoa. Só fazemos diferença mediante nossos atos. Com respeito à ativação, a única justificativa para examinar fatores de impacto fora de nós mesmos é ajudar-nos a responder à pergunta: “O que posso fazer diante desta situação?”. Se a resposta for “Nada”, passe para outra coisa onde possa se sobressair.
Aprendendo a reconhecer mais suas conquistas do que reclamar de seus fracassos, você poderá mudar seus rumos; poderá ser sempre vencedor sabendo aceitar aquilo que não pode mudar, concentrando-se no que está sob seu controle – você!
Há ocasiões em que geramos diretrizes ótimas para melhorar o desempenho de nós mesmos, quando assumimos um autocompromisso. Porém, em vez de seguir em frente com a decisão optamos por fazer outra coisa que sentimos mais vontade. A motivação do tipo “sentir vontade”, não é com frequência a base do sucesso, mas sua ruína. Ela impede o caminho do compromisso moralmente assumido, muitas vezes consigo mesmo.
Temos um controle incrível sobre um poderoso recurso – nós mesmos. Quanto mais nos concentramos em gerenciar esse recurso, tanto mais produtivos seremos. No momento em que nosso foco principal passa para outra coisa, nosso potencial como autogerente e executante é desativado.
Nunca é tarde para dar nova direção a nossas vidas. Podemos planejar nosso futuro e trabalhar por ele, ativando as nossas forças físicas, mentais e espirituais. Cada passo será uma realização, cada momento uma nova alegria, cada conquista uma nova felicidade, e você, como autogerente – premiando o seu executante – e como executante – reconhecendo seu autogerente – será um sucesso. Imagine sua glória na liderança de seu destino e no legado deixado aos que o cercam…
A cada dia, a cada instante, você comanda o espetáculo da conversão do potencial em desempenho. “Vai fundo”!