Você motiva corretamente?

Você motiva corretamente?

 

Por Claudiney Fullmann

Edição 09/2008

Quando tratamos de atitudes essenciais à liderança, a motivação é, sem dúvida, um dos aspectos relevantes. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é um traço pessoal – uns têm, outros não. Na prática, alguns gestores rotulam colaboradores que aparentam falta de motivação como preguiçosos. Nossa experiência mostra que isso não é bem verdade.
Sabemos que motivação é resultado da interação do indivíduo e da situação. Certamente, pessoas diferem em seu impulso motivacional básico. O mesmo funcionário que facilmente se entedia ao movimentar a alavanca de uma máquina operatriz pode passar horas empolgado acionando a de caça-níqueis. O problema não é necessariamente o indivíduo, mas a situação. Portanto, ao analisarmos o conceito de motivação, temos de ter em mente que o nível de motivação varia tanto para indivíduos quanto para diferentes situações.
Estágios

Então, podemos afirmar que motivação é um processo de satisfazer necessidades, entendida nesse caso como um estado interno que faz certas ações parecerem atraentes. Uma questão insatisfeita cria tensões que estimulam impulsos internos no indivíduo. Esses impulsos levam a um comportamento dirigido para metas particulares que se alcançadas, satisfarão às demandas e levarão à redução das tensões.
Assim, os diversos estágios do processo motivacional começam com a necessidade insatisfeita, que gera tensão, que aciona o impulso, que busca um comportamento, que satisfaz a necessidade e reduz a tensão. O ideal é quando os colaboradores estão nesse processo e as necessidades individuais são compatíveis e consistentes com as metas da empresa. Onde esse equilíbrio não acontece, pode haver indivíduos exercendo esforços contrários aos interesses da organização – o que, incidentalmente, não é incomum. Os esforços precisam ser bem dirigidos para que os resultados sejam efetivos.
Quando se está energizado, concentrado e alegre, há um estado mental positivo que dispara um estado fisiológico que predispõe a trabalhar perseverante e produtivamente. Com tal estado de espírito, qualquer um prossegue confiante na direção de suas metas, mesmo tendo de enfrentar pressões. Está motivado. Inicia tarefas difíceis com criatividade e improvisa seu caminho entre problemas difíceis.
Como se motiva
A fim de entender como se motiva alguém é preciso separar dois indivíduos: o próprio e o outro. Para líderes, a automotivação é o primeiro passo. Nenhum desmotivado consegue motivar alguém. E também, ninguém motiva ninguém que não o queira. O máximo que se pode fazer é aumentar o bico de gás da pessoa que já possui a chama do motivo, desejo e do sonho. É colocar água quente no fermento interno para ampliar suas dimensões, extravasar suas bordas e ir além. E é mais fácil desmotivar os que não estão conscientes de suas competências que acender o brilho dos olhos de quem não quer enxergar.
Motivação tem muito a ver com a autoconfiança. É aquela energia interior que nos faz florescer. Autoconfiança não cresce em quem é apenas um apêndice da burocracia. Esta se apavora com a velocidade e a simplicidade. Forja a defensiva, a intriga, a insignificância. Quem cai em sua armadilha tem medo de compartilhar, não tem paixão para lutar e vencer no futuro.
As empresas não distribuem autoconfiança, mas podem prover oportunidades para sonhar, arriscar e vencer e, com isso, gerar autoconfiança, que é a percepção otimista, realista e imediata das nossas habilidades, que representam não só uma crença no que já podemos fazer, mas em nosso potencial para aprender a realizar o que ainda não sabemos. Por outro lado, é preciso aniquilar o poder da autocrítica destrutiva – somos, potencialmente, um perigo maior para nossa autoconfiança que qualquer outra pessoa.
Líderes motivadores são sedentos por ideias de sua equipe, encorajando-os a assumir riscos. Para exercitar a capacidade criativa, é preciso aceitar o risco de errar, apenas vigiando para que o erro não seja desastroso e fazendo de um eventual fracasso uma lição aprendida, motivação suficiente para buscar novos acertos. A maneira de aumentar a autonomia das pessoas é deixá-las soltas, retirando camadas de supervisão de suas costas, o pântano burocrático de seus pés e as barreiras funcionais de seu caminho. A forma mais rápida e produtiva é criar condições para liberar energia, inteligência, pureza e autoconfiança de nossos funcionários.

Comportamento do líder
Alguns comportamentos necessários ao líder para motivar as pessoas incluem: ouvir mais e atentamente, enxergar mais os pontos positivos que os negativos, manifestar confiança, ser acessível, ter senso de humor, ser exemplo, apresentar desafios, afastar a frustração, cumprir promessas, encorajar o crescimento intelectual e cultural e a aceitação de novas ideias, compartilhar valores e detectar forças e talentos.
O líder pode facilitar o desenvolvimento de seus colaboradores usando o elogio descritivo. Para muitos, o uso de palavras que avaliam tendem a ser prejudiciais, enquanto as que descrevem a libertam. Se alguém fez um trabalho benfeito, em vez de dizer “seu trabalho ficou ótimo”, é muito melhor descrever o que você viu e sentiu ao vê-lo trabalhar. Se não estiver benfeito, escolher algo que o funcionário fez especialmente bem e construir a partir disso é um curso de ação muito melhor que dizer que seu trabalho não presta. Toda crítica deve ser proativa. Os líderes devem descrever especificamente o que um profissional deve fazer para eliminar uma deficiência.
Embora seja verdade que se você tiver habilidade para fazer algo – mas não a motivação –, não fará nada, da mesma maneira, a confiança e a motivação sem conhecimento e habilidade poderão ser desastrosas.
A motivação do tipo “sentir vontade” nem sempre é a base do sucesso, mas sua ruína. O que sentimos vontade de fazer geralmente não corresponde ao que pretendemos alcançar a longo prazo. E o “não sentir vontade” pode se tornar uma barreira séria. A motivação bem-sucedida pode ser definida como o compromisso de fazer o que tem de ser feito para produzir sucesso, quer sintamos vontade ou não.
Para concluir
Alerto para o cuidado de não praticar a motivação maternal – aquela que quando a mãe sente frio, agasalha tanto o bebê que ele fica vermelho de calor. É uma transferência de percepção da necessidade que pode estar totalmente distorcida. É preciso identificar a real necessidade do outro para poder fazer algo que o satisfaça e o motive.
Motivação é a crença sincera de que o melhor ainda está por vir e que, por isso, não nos deixamos abater pelas aflições que nos assolam continuamente. Motivar é exibir essa mesma crença para os que nos cercam.

O MISTÉRIO DO SUCESSO DE VENDAS

O MISTÉRIO DO SUCESSO DE VENDAS

Claudiney Fullmann

Alguns acham que para vender é necessário ter um dom inato, como o de alguns povos que sempre se destacaram como os grandes comerciantes da humanidade. Outros acham que para satisfazer clientes basta seguir alguns mandamentos, normalmente baseados em entusiasmo e poder de persuasão. Outros ainda estimulam os vendedores pela competição interna, nem sempre sadia, mas que consegue superar as cotas de vendas. Muitos motivam seu pessoal de vendas dando os exemplos de grande perspicácia e criatividade para realizar vendas, tais como a de vender geladeira para esquimó ou videocassete para cegos e outras anedotas do gênero.

É impressionante o que certos vendedores conseguem fazer. Entretanto, o sucesso de cada situação nem sempre parece lógico. A constatação de que um vendedor de sucesso em uma área ou empresa pode ter um grande fracasso em outra situação, levanta o questionamento da razão básica do sucesso. Com a evolução das últimas décadas, percebe-se até uma inversão dos conceitos – mais provavelmente, é o cliente quem compra e não o vendedor quem vende. Não, não. Não estamos desvalorizando a figura do vendedor, mas querendo ter a clareza da realidade, do que acontece no ato de vender e suas consequências para o cliente e a empresa fornecedora. Buscamos ainda entender o que faz com que os clientes queiram realmente comprar.

Hoje, sabe-se que o cliente precisa sentir a necessidade de comprar e perceber o valor do que quer comprar. O fornecedor precisa, portanto, estimular a necessidade do comprador e demonstrar o valor de seu produto ou serviço. Parece óbvio, mas ainda há muito tiroteio inútil. Aliás, por falar em tiroteio, é interessante lembrar a analogia do processo de vendas com uma caçada, quanto a distinções entre Marketing e Vendas:
Marketing é espalhar milho para atrair os patos. Vendas é atirar no pato sentado. Outras coisas podem advir desta imagem figurativa: a possibilidade de atrair moscas em vez de patos e errar o tiro, o que não apenas espanta o pato mirado como também afugenta os demais potenciais de caça. Pior ainda é tentar atirar nas moscas errantes.

Howard Stevens, um dos maiores especialistas em Marketing e Vendas nos Estados Unidos e presidente do H. R. Chally Group, tem uma visão muito especial para que não se atire no escuro, quando trata da relação entre a abordagem de vendas e as necessidades do cliente:

Baseado em fatos reais identificados em Marketing e Vendas, durante dezessete anos de pesquisa, conduzindo entrevistas-testes com mais de 10.000 executivos de negócios, especialistas, técnicos e compradores, acumulou histórias verídicas (inclusive com critérios de volume, margem, permanência e satisfação) relacionadas às necessidades dos clientes. Mais de 150.000 vendedores e representantes de serviço ao cliente foram avaliados. Estudos de validação de sucesso foram conduzidos em mais de 200 casos de vendas e serviços.

Howard Stevens juntou-se a Jeff Cox, o famoso novelista co-autor de A META e de ZAPP, e transformaram esta vasta experiência prática em uma agradável novela de negócios, com formato de ficção, que descreve o Mistério do Sucesso de Vendas: A SOLUÇÃO QUADRANTE.

 

        “David Kepler foi trabalhar na Elemenco numa época em que poucos tinham noção de que ela era uma empresa emperrada pelo seu próprio sucesso. Para a maioria, inclusive para grande parte de seus gerentes e empregados, Elemenco era um nome glamouroso no ramo da eletrônica e da informática. Era sólida, mas excitante, uma empresa meio célebre, passando apenas por uma breve calmaria, assim pensavam todos antes de juntar suas energias e alcançar níveis estonteantes de desempenho e lucro. Foi devido a essa calmaria que David Kepler foi contratado. Com o passar dos meses, o presidente da Elemenco havia começado a duvidar que o plano de Marketing em vigor pudesse afastar o marasmo e achou que David Kepler poderia ajudar. Kepler levou com ele algumas idéias inovadoras e teve a oportunidade de conseguir uma diferença.”

Em sua essência, as pesquisas e resultados práticos dos trabalhos do H.R. Chally Group confirmam os conceitos chaves que sustentam A SOLUÇÃO QUADRANTE: Há quatro tipos básicos de personalidades de vendas e quatro tipos de mercados, definidos pelas necessidades dos clientes. A escolha correta da personalidade de venda para um tipo de mercado é a escolha errada para outro.

Nesse livro encontram-se relevantes ideias para reformular seus conceitos e estratégias. No desenrolar da novela existem questões práticas que lhe permitem, por exemplo, situar sua empresa com relação às necessidades de seus clientes em duas variáveis comuns a todos os tipos de vendas:
Complexidade – o grau de intimidade ou contato que seu cliente requer;
Experiência – o grau de conhecimento técnico que seu cliente possui.

Se seu produto é projetado sob medida para atender às necessidades individuais do cliente, então a venda (e a necessária interação entre vendedor e cliente) será mais complexa do que a venda de um produto tirado da prateleira. Ela exige maior contato. Se seu cliente conhece e sente-se confortável com seu produto ou serviço, ele é experiente e, para ele, a tecnologia em questão é “baixa”, por mais que seja de ponta. Se seu cliente não tem a mínima experiência com seu produto, ele é inexperiente e considera “alta” a tecnologia. A combinação dessas duas variáveis em uma matriz, criando quatro quadrantes, permite-lhe determinar, com exatidão, as necessidades do cliente para um determinado produto ou serviço e o suporte efetivo que você precisa fornecer.

Uma vez completada a avaliação do cliente, o livro sugere uma nova questão: Você compreende o mercado? A SOLUÇÃO QUADRANTE lhe permite atribuir à maioria, se não a totalidade, de produtos e serviços em um dos quatro quadrantes:
Mercado de Fechamento – (alta tecnologia, baixo contato). Novidades, ou únicos, ou ainda produtos altamente especializados. Clientes de fechamento – são confiantes em sua própria capacidade na aplicação do produto. Sua principal necessidade é a satisfação emocional.
Mercado Consultivo – (alta tecnologia, alto contato). Sistemas complexos e relativamente novos. Clientes consultivos – esperam um amplo suporte, antes e após a venda, de um pessoal competente para aconselhamento, treinamento, etc.
Mercado de Relacionamento – (baixa tecnologia, alto contato). Sistemas complexos que são aceitos e amplamente usados. O cliente está familiarizado; porém, requer suporte individualizado nas compras e entregas devido à sua complexidade.
         Mercado de Mostruário – (baixa tecnologia, baixo contato). Produtos padronizados para uso universal. O cliente conhece bem o produto e compra o que necessita de acordo com o preço e conveniência, não requerendo muita atenção.

As situações vividas em A SOLUÇÃO QUADRANTE permitem ao leitor conhecer detalhes de cada abordagem e confrontá-las com a realidade de sua própria empresa.

Outras questões interessantes aparecem no livro: Sua força de vendas está bem enquadrada em seu mercado? Quais personalidades são as mais adequadas para cada tipo de mercado? A personalidade amistosa de vendedor ou de “boa pessoa” pode ter sucesso em mercado consultivo ou de fechamento?  Quão efetivo é o casamento das necessidades do cliente com o esforço de vendas? Eles estão no mesmo quadrante? As características de seu grupo de vendas estão no mesmo quadrante das necessidades dos clientes?

         A SOLUÇÃO QUADRANTE mostra que uma venda bem sucedida envolve três fatos críticos:
1. Clientes que parecem ser similares têm necessidades diferentes que precisam ser satisfeitas.
2. Tipos diferentes de clientes requerem uma abordagem diferente para vendas.
3. Quanto melhor for o casamento entre necessidades do cliente e a abordagem apropriada para vendas, maior será o sucesso.

É necessário um Vendedor de Fechamento se o produto for novo e verdadeiramente único, baseado em tecnologia de última geração e, de qualquer forma, desconhecida para o possível comprador. Clientes são completamente inexperientes no uso do produto. Entretanto, a decisão para compra é relativamente simples porque é mais intuitiva e usualmente feita por um alto executivo ou alguém com total autoridade para compra. As principais necessidades que acionam o cliente são um reforço para o próprio ego e o desejo para uma vantagem competitiva única.

A SOLUÇÃO QUADRANTE fornece a maneira lógica para agrupar diferentes clientes para suportes diferentes. O perfil Consultivo, o perfil deRelacionamento e o perfil de Mostruário são perfeitamente caracterizados pelos personagens que nos permitem classificar cada colaborador de nossa organização. As abordagens dos tipos de vendedores, seus traços de personalidade, seus estilos e habilidades, suas necessidades de treinamentos, o tempo para concretizar a venda e seus contatos após fechamento, as técnicas utilizadas em cada caso, enfim, as soluções para cada quadrante identificado em cada matriz, permitem uma melhor resposta para os dilemas de vendas.

O mistério do sucesso de vendas de uns e fracasso de outros, claramente expostos neste livro, podem servir de guia valioso para todas as pessoas de vendas (e quem não deve ser?) de qualquer  empresa e de qualquer ramo. As ideias do herói David Kepler podem torná-lo também um grande herói, principalmente se sua batalha levanta ameaças do tipo: Por que as vendas estão caindo? A abordagem de Marketing está correta? Os representantes comerciais são mesmo tão bons?   O produto é adequado? Os clientes estão realmente interessados? Talvez seja melhor parar o tiroteio, principalmente no escuro, calibrar a pontaria do sucesso, sem mistérios…

Artigo originalmente publicado em 01/06/2006

FLUXO SINCRONIZADO COM SCM

FLUXO SINCRONIZADO COM SCM

Claudiney Fullmann

Desenvolver um fluxo sincronizado em toda a cadeia de suprimentos, cuja empresa mereça o título de classe mundial, requer conhecimentos e habilidades que tornem práticas as mais recentes teorias.

A solução tem de ser tecnológica, recheada de valores éticos e salpicada de ingredientes comportamentais, bem homogeneizada para promover a excelência operacional.

Parece muito? Pois não é. Considerando o que chamo de TTC – Tempo de Tolerância do Cliente – isso é o mínimo requerido para ser concorrente competitivo.

As soluções não se resumem em ter um software avançado. Se os usuários não entenderem o porquê e o como funciona, será como ter uma calculadora científica com centenas de funções matemáticas e usar apenas as quatro operações primárias. Se não tiverem vontade para usar a solução tecnológica, o cliente continuará esperando e aumentando seu grau de intolerância.

Ajuda, mas não é suficiente, ter uma equipe bem motivada. Se não tiverem ferramentas de trabalho modernas, instrumentos de comunicação adequados, tempo para pensar e criar, será como uma equipe de enxada na mão para construir uma rodovia. Se não tiver sistemas que melhorem sua produtividade, o cliente exigente de hoje sequer esperará justificativa.

Qualquer um de nós quer excelência operacional, atendimento rápido, pontual, de qualidade e de preço compatível. Para satisfazer tais exigências é preciso harmonizar o que temos disponível: pessoas, tecnologias, recursos e mercado – e, como um maestro competente, extrair uma melodia que agrade aos ouvidos do cliente. Um pequeno conjunto de jazz ou uma grande filarmônica tem o mesmo propósito; uma pequena empresa ou um grande conglomerado, o mesmo desejo. Afinar e sincronizar os recursos e talentos disponíveis para, no menor tempo de ciclo possível, satisfazer as necessidades dos clientes antes que os concorrentes o façam.

Para um SCM compatível com os pressupostos assumidos acima, o tempo de ciclo – lead-time – considerado é o do ponto de vista do cliente, ou seja, entre a colocação do pedido de compra e a utilização do bem adquirido, que inclui produtos e serviços. Então, duas competências são requeridas: Sercapaz de prometer a data de entrega com o prazo menor do que o do concorrente e ser capaz de cumprir com o prometido.

Usando os conceitos do Gerenciamento Das Restrições, coloco na prática o modelo do Tambor – Pulmão – Corda para sincronizar todo o fluxo operacional. O ponto de partida é sempre o da data prometida para o cliente, que foi anteriormente verificada, no momento da consulta, pelo confronto da carga de produção que ela representa com as capacidades disponíveis, tanto de recursos físicos quanto de mão-de-obra e materiais.

Existem softwares que permitem uma varredura imediata da capacidade disponível, consideração das ordens de serviço em andamento, identificação de limitações e sugestões de decisão para aceite da data pretendida. Com um APS – Advanced Planning System e uma comunicação cliente-fornecedor via WEB, o SCM pode processar rapidamente todos os dados disponíveis, confirmar datas, emitir ordens de fabricação, pedidos de compras, relatórios para alocação de mão-de-obra, demonstrativos de ganho econômico do pedido, cálculo de ocupação do recurso limitado e outras variáveis de decisão que permitam aumentar a lucratividade da empresa.

A sincronização do fluxo de todos os materiais e mão-de-obra com a melhor ocupação dos recursos disponíveis torna o SCM dinâmico com benefícios imediatos de redução de estoques, principalmente em processos, redução de horas extras não planejadas e redução de lead-time.

Acompanhando e promovendo as mudanças gerenciais do Lean Production,Agile Manufacturing, Strategic Agility, o DPS – Dynamic Production Strategy– da Educator, alinhado com seu Humanware tem contribuído com soluções de sucesso como são os casos da DHB e Delphi.

Artigo originalmente publicado em 07/09/2003

Atendimento ao Cliente

Atendimento ao Cliente

Claudiney Fullmann

Muita gente pensa que para atender bem basta um sorriso simpático: “Só um minutinho”… mostrando o dente, mas que não é competente. “Já vou te atender”… e mais uma “falsa simpatia” que deixa o cliente em espera, o paciente fica impaciente e o educado perde a estribeira e ainda ouvir: “que cara grosso!… eu fui toda simpática e ele, só porque demorou 45 minutos,rodou a baiana, eu hein”…

Pois é; uma grande parte dos prestadores de serviço ainda acha que fez o máximo para atender, enquanto o “chato” do cliente nunca está satisfeito. Percebemos isso quando o atendimento é feito “pelos outros”, mas será que os “outros” também nos enxergam assim? Chegou a hora de reverter-se definitivamente a situação para constatarmos que Bom Atendimento são outros 500!

Os clientes e consumidores atuais são mais conhecedores e exigentes, não aceitando mais um mau atendimento, até desrespeitoso, que recebem. O consumidor tem o direito de, e o dinheiro para, ser muito bem atendido. Muito plausível a sua rejeição aos maus serviços prestados ou produtos fornecidos. A estabilidade econômica despertou uma sociedade que dormia em berço esplêndido, acostumada à inflação diária ou horária, que chegou a 80% ao mês no governo Sarney, e se estabilizou no governo FHC. Hoje todos sabem valorizar uma moeda que antigamente servia até de arruela, mas não servia para pagar a mesma coisa no dia seguinte.

Sob a ótica da defesa do consumidor, está tudo nítido, mas ainda existem empresas e empregados míopes, que não perceberam que o cliente, semelhante ao que acontece no exterior, deve ser tratado como rei, até mesmo como Deus, por mais monstruoso que se apresente. A razão é simples – sem cliente não acontece a venda, sem a venda não há lucro, sem lucro não há emprego. Precisamos ou não satisfazer clientes?

Nos processos de mudança que promovemos nas empresas, transformando atitudes e motivando gente pela aplicação de Kaizen para Atendimento ao Cliente, damos grande destaque às críticas e reclamações. E vejam que mudança – aceitar crítica ainda não está na nossa cultura – observe a atitude dos jogadores de futebol que partem pra cima do juiz se este apontar uma falta, mesmo que legítima.

Hoje temos de entender que, se o cliente reclamar, pegue-o no colo! Pior será se ele não reclamar e for comprar do concorrente. Entender que reclamação não é insulto é insumo!

Uma reclamação é como a abertura de uma arca escondida que guarda um tesouro de oportunidades de melhoramento. Em vez de evitar críticas, devemos buscá-las. Tá bom, eu sei que muitas vezes dói, e muito, mas é a única injeção de melhoria que você pode receber; peça para aplicá-la na veia!

Artigo originalmente publicado em 19/04/2002