DOSES DE PRODUTIVIDADE – VIII

DOSES DE PRODUTIVIDADE – VIII

 

Como já comentado nas doses anteriores, tudo aquilo que não é Custo Diretamente Variável se enquadra na categoria de DESPESA OPERACIONAL (DO). Folha de pagamento, estoques e energia são seus maiores contribuintes.

 

Outros gastos diversos como insumos, combustíveis, telefonia, despesas de viagem, locação, impostos e taxas de funcionamento engordam a DO. Serviços de terceiros, quando não atribuídos diretamente a um determinado produto ou Clientes, são DO. Muitas delas são necessárias para transformar Matérias-primas em Ganho, entretanto, várias podem apresentar sintomas de desperdício. Tudo aquilo que os clientes não aceitam pagar é desperdício.

 

Muitas delas são decorrentes de má gestão. Doses maciças de foco, de delegação e de prioridades são eficazes para este tratamento. O diagnóstico é simples: perda de tempo! Consumir mais tempo do que o necessário é puro desperdício. A maior alegação das pessoas é a “falta de tempo” e a dose eficaz chama-se Gestão do Tempo. Nada mais democrático do que o tempo – igual para todos – a diferença está em saber usá-lo. Todos têm 24 horas por dia e não há cotas diferentes para ninguém. Uma boa dose de equilíbrio é 1/3 do uso do tempo, ou 8 horas para o sono, 8 horas para o trabalho e 8 horas para todo o resto. Há uma flexibilidade compensatória; quando estudantes usamos mais tempo para estudo e trabalho e sacrificamos horas de sono. Excesso de trabalho, principalmente com desperdício, tem como efeito colateral a perda do sono, desgaste da saúde e descuido da família.

 

Demora na tomada de decisão, participação em longas reuniões constantes, sem agenda nem definição de início e término e sem conclusão ocupam a maior parte de sua jornada e reduzem sua produtividade. Juntem-se a isso os atrasos não justificados, mas “explicados” com transferência de culpa para terceiros, principalmente o trânsito. Muitos que não conseguem se organizar e trabalham até mais tarde, acham-se merecedores de chegarem atrasados deixando sua equipe à deriva.

 

Para manter sua eficácia o gestor deve programar pausas, com fins de semana com a família e férias periódicas. O ideal seria desfrutar de quinze dias a cada seis meses. Ficar muito tempo sem entrar em férias não pode ser um orgulho do “fanático pelo trabalho”. Depois de muito tempo sentindo-se insubstituível, quando se ausenta não de desliga; quando começa a desfrutar do merecido descanso, bate-lhe a ansiedade de voltar, com medo que sua cadeira esteja ocupada por outro.

 

Há uma relação biunívoca entre tempo e velocidade. Retrabalhos, informações erradas, interrupções de celulares em momentos de concentração reduzem a velocidade e aumentam a duração prejudicando o uso adequado do tempo. Outra implicação direta na perda de produtividade é a inversão de prioridades por parte do gestor. Basicamente deve-se fazer primeiro o essencial, depois o urgente e, por fim, o acidental quando não se consegue delega-lo.

 

Lamentavelmente, muitos invertem a ordem e metem os pés pelas mãos. Se um gestor é improdutivo, sua equipe o acompanha. A produtividade é um tratamento para os líderes com reflexo para sua equipe; com a batuta de um maestro ele é disciplinado e conduz a produtividade do conjunto mantendo sua harmonia.

 

Com a contaminação dos vírus do governo e da alergia aos políticos, as empresas e seus gestores devem criar anticorpos e reagir com produtividade ainda maior. Essa epidemia atinge a todos; os mais resistentes conseguem sobressair-se no mercado e manter a saúde da empresa acima da sobrevivência.

 

Na próxima teremos mais doses de produtividade.