DOSES DE PRODUTIVIDADE – VII

DOSES DE PRODUTIVIDADE – VII

 

Outro item crítico da DESPESA OPERACIONAL é a ENERGIA, principalmente a elétrica, não só nas indústrias como também nos escritórios.

 

Além dos escorchantes aumentos provocados pela ineficácia do governo identificam-se muitos desperdícios que estão sob controle da administração das empresas e de pessoas. Manter luzes acesas e computadores ligados o tempo todo, deixar máquinas, equipamentos e fontes funcionando em espera, aumentam a conta da energia sem necessidade; é o desperdício com que se convive diariamente. Não se apagam as luzes quando o pessoal sai para o almoço e já vi poucas pessoas trabalhando após o expediente com o escritório inteiro acesso. Além de cultural, pode ser consequência da economia na primeira instalação que não considerou a separação de circuitos para diferentes setores; liga-se o disjuntor e acende tudo, uma beleza!

 

Uma falsa economia na instalação arrasta um consumo inadequado por toda a vida agravando a DO. Observe-se a iluminação de escritórios com luminárias de quatro lâmpadas, quando apenas três bastariam e dariam uma economia de 25%. Colocam-se lâmpadas com potência exagerada onde não é exigida – uma festa de luz e desperdício. Um rápido estudo da luminescência necessária permitiria a troca por lâmpadas de menor potência e maior eficiência como, por exemplo, os “leds”. Sensores de presença ajudam na economia e janelas maiores permitem uma iluminação natural com melhor aproveitamento da luz do dia. Uma boa dose de conscientização pode ajudar e os avisos frequentes são necessários para mudança de atitude.

 

Com a severa falta de água cresceu a criatividade para uso mais racional e econômico do consumo. As conquistas foram premiadas e divulgadas até em elevadores estimulando a cultura da eliminação do desperdício.

 

Entende-se desperdício como “qualquer coisa que se faz e que o cliente não está disposto a pagar”. Encontram-se nas empresas, tanto nas fábricas como nos escritórios, atividades que não agregam valor e aumenta a DO, tais como: Carga de trabalho desbalanceada – uns fazem muito e outros quase nada. Esperas – quando um atrasa sua entrega outros ficam inativos, ou quando um gestor demora a decidir ou responder, ou quando há problemas de qualidade em processos anteriores.

Desperdício de processamento – indefinição dos requisitos do cliente, incluso o cliente interno, falha de comunicação, aprovações redundantes, excesso de informação incoerente.

Movimentação de pessoas – baixo nível de eficiência, métodos inconsistentes, layout desfavorável ao fluxo, movimentos extras “de ocupação” enquanto se espera.

Defeitos – controle de processo deficiente, qualidade precária, educação, treinamento ou instruções de trabalho inadequados.

Subutilização das pessoas – pensamento, políticas e cultura do negócio ultrapassados, baixo ou nenhum investimento em treinamento, baixos salários, estratégia do alto turnover.

 

Desperdício é um vírus que acaba com a produtividade de qualquer empresa ou país. É deplorável ver o que acontece nas construções e manutenções de estradas; podem comprovar. Em um canteiro de obra veem-se dois ou três trabalhando enquanto seis ou sete observando ou falando no celular. Creio ser este um dos fatores da demora e do custo para se concluir uma obra.

 

Aliás, o celular – uma maravilha da tecnologia que aproxima os distantes mas afasta os próximos – está sendo um dos vetores da improdutividade. Ninguém consegue concentrar-se em duas coisas simultaneamente, a menos que seja apenas uma atividade manual que não requer o uso do cérebro (automatismo).

 

Na próxima tem mais doses contra a improdutividade.