DOSES DE PRODUTIVIDADE – IV

DOSES DE PRODUTIVIDADE – IV

Vimos algumas doses de produtividade para remediar a DESPESA OPERACIONAL, onde a folha de pagamento é a de maior peso em todo tipo de empresa, superando o Custo Diretamente Variável. Em empresas que usam poucas matérias primas, componentes e acessórios, como as empresas de engenharia, de contabilidade, etc., faz-se uma atribuição diferente da DO. Em projetos e em atividades que se possa alocar pessoal específico durante a existência do projeto considere-se os custos de salários, encargos e benefícios das pessoas envolvidas como CDV. O pessoal pode ser transferido para outro projeto, área ou dispensa quando o as atividades terminam.

 

Na demissão de pessoas, quando o mercado deixa de comprar, há componentes que encarecem a rescisão que são: férias acumuladas, décimo terceiro, fundo de garantia e verbas rescisórias que, se não aprovisionadas ao longo dos anos, pode dar um rombo de caixa maior do que o custo da ociosidade. Porém, sem ganho deve-se aplicar a dose amarga da redução do pessoal que apresenta baixa produtividade.

 

Neste quadro patológico, há uma realidade cruel: a produtividade da força de trabalho brasileira é extremamente baixa.

 

Segundo a CNI, o Brasil registrou na década o mais alto Custo Unitário do Trabalho (CUT), que representa o custo com trabalho para se produzir um bem. No Brasil o CUT aumentou em 9% ao ano entre 2002 e 2012. No outro extremo aparece Taiwan que reduziu o CUT em 6,2%.

 

A produtividade do trabalho, medida em Produto por Hora Trabalhada mostra um distanciamento enorme entre Coreia do Sul com 6,7, Cingapura e Estados Unidos com 4,4 e Brasil com 0,6. Isto significa que são necessários mais de quatro brasileiros para fazer o que um Americano faz ou quase sete brasileiros para cada sul-coreano.

 

O remédio mais eficaz está na Educação!

 

Grande parte da culpa é do governo; de Pátria Educadora não há nada. Enquanto na Coréia estuda-se 12 anos, no Brasil apenas 7 e com qualidade aquém da necessária. Temos aqui uma doença crônica que precisa de doses contínuas e homeopáticas. A educação que nasce no berço, pode ser aprimorada no primeiro e segundo grau escolar e refinada na escola técnica e no nível superior para uma qualificação de classe mundial. Sem educação de alto padrão não sairemos da categoria de terceiro mundo.

 

Na realidade atual as empresas podem e devem suprir a carência de qualificação, desde a matemática ao português, com capacitação interna dos talentos admitidos e retidos. Círculos de leitura de assuntos de produtividade e culturais devem fazer parte da jornada de trabalho. Lembrar que é mais fácil dar treinamento técnico a pessoas de bom caráter do que o inverso. O comportamento desejável dos empregados é aquele compatível com os valores da empresa e comprometimento com suas metas. As empresas devem investir em T&D e inovação no período de ociosidade para sobressair-se na retomada do mercado. Àqueles que acham que treinamento sai caro, experimente a ignorância e meça a produtividade.

 

Uma baixa escala de produção também impacta negativamente a produtividade; por isto, o medidor de produtividade G/DO apresentado no Doses I deve ser acompanhado de perto. Até para aumentar as vendas é necessária uma melhor capacitação da área comercial, com velocidade para geração de propostas e atendimento primoroso nas entregas e no pós-venda.

Uma boa dose é Estratégias para Vender Valor – modelo P.R.O.S.P.E.C.T. – um excelente curso apresentado pela Educator (www.educatorconsult.com.br ).