DOSES DE PRODUTIVIDADE – III

DOSES DE PRODUTIVIDADE – III

Sabemos que Lucro é a diferença entre GANHO e DESPESA OPERACIONAL. Portanto, Aumentar G ou reduzir DO ou os dois simultaneamente, assegura o LUCRO com o aumento de produtividade.

 

Vimos na publicação anterior as possíveis doses para aumentar o GANHO sem mexer na DO. Inaceitável qualquer venda de produto ou serviço que não cubra os CDV. Entretanto, se o lucro não crescer com tratamento do Ganho, resta um tratamento mais agressivo para a redução da DO.

 

Lembremos que DO é tudo aquilo que não entrou no CDV e que sempre existe mesmo que nada se venda, como descrito em Doses de Produtividade I, tais como: folha de pagamento geral de mensalistas e horistas, encargos trabalhistas, provisão para décimo terceiro, férias e indenizações, depreciação do inventário, juros, luz, água, telefone, gás, combustíveis, impostos prediais e taxas de funcionamento, seguros, material de limpeza, manutenção e serviços gerais e tudo mais que não agrega valor, sendo JUROS a infecção mais crítica.

 

Iniciemos com uma fervorosa oração da vovó: “Não nos deixais cair em tentação bancária e livra-nos do agiota, dos juros do cartão de crédito e do empréstimo para pagar dívidas…” Cuidado com as campanhas de redução de custo de propaganda cara cujas sugestões aleatórias dão poucos resultados. É preferível organizar força de trabalho de pessoas dedicadas para avaliar e propor cortes onde houver desperdício ou baixa contribuição com o lucro.

 

Uma das ações mais radicais, porém necessárias é a de “desinvestir” quando a capacidade nominal estiver acima da demanda de mercado. Há um natural apego ao que se possui mesmo não usado completamente, mas, vender móveis e imóveis para pagar dívidas é a atitude mais correta para garantir o futuro.

 

Inventário em estoque que não dá giro suficiente deve ser eliminado. Além de reduzir a depreciação na DO, libera espaço e gera algum caixa. O valor da venda é o quanto o mercado paga, nem que seja a preço de sucata.

 

Conscientização para eliminação de desperdício e redução de consumo de água, energia e telefonia deve ter um tratamento cultural.

 

Redução da folha de pagamento requer exames mais criteriosos. Antes de dispensar alguém pense duas vezes, mas pense cinco antes de contratar novos empregados. Há sempre um custo elevado nos processos de contratação. Sempre que possível remanejar pessoal internamente e capacitá-lo para polivalência. O desempenho passado para atingir metas, o relacionamento interpessoal e o compartilhamento dos valores da empresa permite a projeção do desempenho futuro. As atitudes tomadas em determinadas situações produziram que tipo de resultado? Nesta fase é inaceitável apadrinhamentos. Resultados é que contam. A escolha de pessoas a serem dispensadas precisa passar pela avaliação de pelo melos três pessoas: O gestor direto, o chefe do gestor e o RH. Analisar bem a pertinência de terceirização antes de contatar pessoal externo.

 

Pessoal capacitado, dedicado, comprometido, produtivo deve ser mantido enquanto aguentar a crise momentânea, para ter energia ao acelerar o ganho, quando a economia melhorar. Sai mais barato comprar mais tarde novos equipamentos do que admitir, treinar e conhecer melhor alguém externo.

 

É sempre importante a empresa fazer periodicamente uma avaliação de seu planejamento estratégico e tático. Em determinados momentos do mercado é necessário cortes de áreas inteiras e cortes verticais. Não basta apenas cortar peões; muitas vezes eles são mais produtivos e mais baratos.

 

Na próxima tem mais doses de sobrevivência.